A presente comunicação tem como objetivo discutir a importância do caderno de planejamento da professora Solange Pinto Mendonça (SPM) do ano letivo de 1970 no Ginásio Estadual Tobias Monteiro (GETM) para a história da educação musical. Como objetivos específicos destacamos: apresentar os conteúdos e repertórios trabalhados pela professora e relacionar as anotações do caderno com dados de pesquisa já realizadas sobre o ensino de música no período em questão. O referencial teórico apoia-se no conceito de escola como cultura de Escolano Benito (2017); na proposta dos cadernos escolares como fonte histórica de Viñao (2008); no debate sobre a história da cultura escrita de Castillo Gómez (2003), e na introdução da obra Écritures ordinaires de Daniel Fabre (1993). Solange ingressou no magistério público por meio de concurso realizado em 1965. Em 1966 foi lotada como professora de Educação Musical e Artística no GETM onde iniciou sua trajetória no canto coral escolar (DAU, 2015, p. 239). O caderno de planejamento do ano letivo de 1970 da professora SPM é uma fonte que comprova que a música continuou sendo praticada em escolas públicas do EG mesmo depois da reforma empreendida pela LDBEN nº 4024/61 a ter tornado prática educativa opcional aos sistemas de ensino. Além disso, demonstra que a atividade coral, reminiscente do projeto do canto orfeônico, continuou sendo realizado, mas agora com um repertório mais livre, escolhido e determinado pelo professor em conjunto ou não com seus alunos.