ABEM, XXVI Congresso Nacional da ABEM

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Musicalidade e ancestralidade: a educação musical na memória oral do Ilê Asè Dana Dana
Aline Débora de Souza Silva, Zoraide Portela Silva

Última alteração: 2023-10-06

Resumo


Este trabalho traz um encadeamento entre educação musical e ancestralidade, pautando os aprendizados musicais na memória oral das comunidades religiosas de matriz africana, entendendo o terreiro como um espaço de educação não formal. Deste modo, temos por objetivo analisar o contexto da educação musical do terreiro de candomblé Ketu através da memória oral com ênfase no Ilê Asè Dana Dana, terreiro situado da cidade de Caetité, interior do estado da Bahia. Embasada em uma pesquisa de campo, este estudo de caso, contou com entrevistas de quatro integrantes do terreiro, com distintas funções, entre elas:  ogã, yawô, ekedji e babalorixá. Como resultados entende-se o terreiro como um território de saber relevante, aberto a comunidade social e acadêmica, para então se desmitificar a tão temida macumba. Local onde os aprendizados musicais se dão na transmissão oral, através da observação, imitação e repetição, em uma língua deixada pelos nagôs – yorubas, sempre remetendo aos ancestrais a tradição.  Como também se compreende o ogã, o percussionista dos atabaques, como um professor de música. Conclui -se que os orins, os cânticos, são entendidos como um elo de comunicação. E são a base de toda liturgia, conectando com os antepassados de uma diáspora forçada, mantendo a tradição de sua cultura no cantar, tocar e dançar, onde se reza cantando e se canta rezando.

 


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