ABEM, XXVI Congresso Nacional da ABEM

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[Comunicação] Uma pedagogia estética e relacional da música: dialogando com Nicolas Bourriaud
Mônica de Almeida Duarte

Última alteração: 2023-08-28

Resumo


Por meio deste trabalho, apresentamos o resultado parcial de pesquisa bibliográfica em desenvolvimento cujo objetivo é identificar de que maneira estratégias de ensino musical, realizadas por meio da proposta de ações criativas e colaborativas, podem ser estudadas a partir do lugar da estética. Em tal pesquisa, tomamos como base teórica o pensamento do pesquisador soviético Lev Semionovitch Vigotski (1896-1934) sobre o desenvolvimento humano. O autor afirma que o desenvolvimento se dá por meio da experiência social que se expande com a colaboração. Nesse sentido, voltamos nossa atenção para a estética relacional do francês Nicolas Bourriaud como campo promissor para abarcar as ações pedagógico/musicais, pois toma a intersubjetividade como forma da produção criativa. Bourriaud entende os processos sociais como ponto de partida e de chegada da criação. Os artistas relacionais tendem a fazer uso de formas culturais já existentes e “remixá-los” como um DJ faz com a música. Além disso, colaboram entre si no trabalho de criação, fugindo do status autoral individual.  A filósofa francesa Barbara Cassin usa a imagem do piquenique para apresentar o ideal aristotélico do “bem para a sociedade”: as trocas intersubjetivas e plurais. Tal imagem é a da aula de música desenvolvida no âmbito relacional da estética. A prática do arranjo desenvolvida em conjunto, enquanto estratégia didática, pode ser entendida como elemento central em tal abordagem. Identificamos, então, a proposta do “re-arranjo”, por Maura Penna e Vanildo Mousinho Marinho, como um exemplo de colaboração musical criativa que pode ser pensada no âmbito da estética relacional.

Palavras-chave: Pedagogia da Música; Estética Relacional; Rearranjo


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