Há mais de sete anos, quando foi criado o curso de licenciatura em Educação do Campo com habilitação em Artes Visuais e Música na Universidade Federal do Tocantins, imaginávamos que viria pela frente longas discussões por causa das áreas de habilitação. Questionavam-nos sobre “o que é que a Educação do Campo tem a ver com arte”, uma vez que a maior parte das licenciaturas existentes estava voltada para as ciências exatas, biológicas ou letramento. Portanto, partimos para várias linhas de frente. Uma, referente a adesão nacional advogando em prol da educação musical nas escolas públicas, outra para mostrar que a música faz parte da formação humana, portanto deve integrar todo o sistema educativo e por fim, mostrar que a educação no campo em nada deveria diferir da educação urbana no que diz respeito à oferta da disciplina música e na qualidade do ensino. Promovemos encontros nacionais e congressos internacionais para colocarmos em pauta a discussão de uma educação musical para a educação campesina, pois até 2020 éramos a única instituição pública a oferecer a licenciatura nessa vertente artística. São esses desafios e ações que este simpósio vem apresentar, em quatro textos, que discutem a formação musical e as pesquisas no âmbito da licenciatura da Educação do Campo com habilitação em Artes Visuais e Música da Universidade Federal do Tocantins.