O artigo apresenta resultados da pesquisa de doutorado intitulada Festivais de Coros do Rio Grande do Sul (1963-1978): práticas músico-educativas de coros, regentes e plateia. Partindo de uma abordagem qualitativa e tomando a história oral temática como procedimento metodológico, a investigação combinou fontes orais com fontes escritas (artigos de jornais, cartas e programas musicais dos eventos). A noção de configurações de Norbert Elias ajudou a compreender como os Festivais tornaram-se possíveis e como as práticas músico-educativas estabelecidas no decorrer das edições foram instituindo formas de se apresentar e repertórios musicais. Redes de mobilização de diversos atores entram em cena no palco dos Festivais e, nessa dinâmica, tensões entre os participantes também são potencializadas. Ocorridos em um momento sócio-histórico de repressão social, foram relevantes, ainda, estudos sobre o canto coral como movimento nacionalista/sociopolítico.