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O presente artigo trata de uma pesquisa bibliográfica que busca mapear a produção da área de Educação Musical nas Revistas da ABEM com publicações entre 2003 e 2018 a respeito das Leis 10.639/03 e 11.645/08. Como referencial teórico utilizamos a Sociologia das Ausências e Emergências de Boaventura de Sousa Santos (2002) e os estudos de Deborah Bradley (2012; 2015) sobre racismo, colonialismo epistemológico e decolonialidade na educação musical. Do ponto de vista metodológico, como primeiro passo, levantou-se a quantidade total de artigos a serem analisados, para em seguida criar três categorias de análise, realizada através dos seguintes parâmetros: título, resumo e palavras-chave. Dos 370 artigos encontrados, 90 enquadram-se no Filtro 1 (classificação mais ampla), 11 no Filtro 2 (englobando termos como cultura/música afro-brasileira e XXIV Congresso da Associação Brasileira de Educação Musical Educação Musical em tempos de crise: percepções, impactos e enfrentamentos Campo Grande/MS - 11 a 14 de novembro de 2019 indígena) e apenas três mencionam diretamente as leis (Filtro 3), embora no corpo do texto. À luz de Santos (2002) essas ausências não são por acaso, mas demonstram a produção da não existência, ou seja, demonstram que o que não existe, na verdade, é produzido como não existente. E com essa lógica as culturas não-hegemônicas dos países colonizados acabaram historicamente silenciadas, ignoradas e invisibilizadas. Cabe agora um movimento contrário em busca de suas vozes, de sua visibilidade e valorização. Nesse sentido, surge o desafio de transformar as ausências em presenças.